EDUCAÇÃO EM AÇÃO
domingo, 27 de maio de 2012
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
GADOTTI. M. História das Idéias Pedagógicas. Editora Ática: São Paulo, 1998.
O pensamento pedagógico surge com a prática da educação, com a necessidade de ordená-la para determinados fins e objetivos. O Oriente afirmou os valores da não-violência e da meditação. A educação estava relacionada sobretudo com a religião, como o taoísmo, o budismo, o hinduísmo e o judaísmo.
A educação primitiva era prática, marcada pelos rituais de iniciação e tinha como base a visão animista: tudo possuía uma alma semelhante à do homem. A educação oriental baseava-se na imitação e na oralidade, limitada ao presente. Era também espontânea, natural e não-intencional.
O taoísmo é a doutrina pedagógica mais antiga e seus princípios são uma vida tranqüila, sossegada. Baseado nesta doutrina, Confúcio criou um sistema moral que exaltava a tradição e o culto aos mortos. Considerava o poder dos pais sobre os filhos ilimitado. Criou também um sistema de exames baseado no ensino dogmático e memorizado. Dessa forma, fossilizava a inteligência, a imaginação e a criatividade. A educação chinesa tradicional visava reproduzir o sistema de hierarquia, obediência e subserviência ao poder dos mandarins.
A educação hinduísta também tendia para a contemplação e reprodução das castas, exaltando o espírito e repudiando o corpo.
Os egípcios foram os primeiros a dar maior importância ao ensino e a eles devemos o uso prático das bibliotecas. Criaram casas onde ensinavam a leitura, a escrita, a história dos cultos, a astronomia, a música, e a medicina.
Essas doutrinas pedagógicas se estruturaram a medida que surgiam as classes na sociedade. A escola como instituição formal surgiu como resposta à divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e propriedade privada.
Na comunidade primitiva toda a população tinha direito à educação, em função da vida e para a vida. A escola era a própria aldeia. Com a divisão do trabalho, surgiram as especialidades. A escola não é mais a aldeia e a vida, funciona num lugar especializado onde uns aprendem e outros ensinam. A escola que conhecemos hoje nasceu com a desigualdade econômica e com a hierarquização. A história da educação se desenrolou baseada na história das desigualdades econômicas. A educação primitiva era única e igual para todos, com a divisão social do trabalho aprece também as desigualdades na educação: uma para ricos e outra para pobres.
A tecnologia renovando o processo educativo
As facilidades oferecidas pelos computadores permitem explorar uma gama ilimitada de diferentes usos da informática na educação, aumentando as áreas de aplicação e a diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar. A informática favorece a proposta de trabalhos escolares com postura interdisciplinar. Quando propomos trabalhos temáticos como a elaboração de um jornal, a produção de textos com o auxílio dos computadores pode tornar-se uma atividade mais atrativa e prazerosa: os textos ganham cores, gráficos e imagens que se modificam sob o controle dos alunos.
A inclusão dos computadores nas escolas deve ser vista não só como fonte de informação, mas também como ferramenta para transformá-la. Cada vez mais, o professor precisa planejar e implantar propostas dinâmicas de aprendizagem, descobrindo usos criativos da tecnologia educacional que levem os alunos a gostar de aprender. O professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica e conceber o uso do computador como um apoio e não como um novo método de ensino. É preciso saber discernir qual atividade deve ser realizada por meio da informática, saber como integrar conteúdos disciplinares, que atividades podem permitir a exploração de determinados conteúdos e com que profundidade elas devem ser realizadas.
O professor é peça-chave no processo de transformação da escola; sem o seu envolvimento pouco se pode realizar. Por ser tão importante, o trabalho do educador não pode ser improvisado. É imprescindível que o planejamento das aulas de informática seja feito em conjunto com os professores de outras disciplinas, de modo a estabelecer a conexão entre o conteúdo que se aprende na sala de aula e aquele que é trabalhado na sala informatizada. Trabalhar com informática requer, simultaneamente, conhecimento técnico e pedagógico, pois um fornece suporte ao outro. A partir do momento em que se sentir seguro com as questões técnicas, o professor pode avançar na exploração da informática em atividades pedagógicas mais elaboradas. A capacitação dos professores é de extrema importância para que haja mudanças expressivas. Isso significa que o processo de formação deve propiciar ao professor a construção de novos conhecimentos, a habilidade de relacionar diferentes conteúdos e reconstruir um novo referencial pedagógico. O professor precisa estar atualizado e aberto às novas formas de ensinar, trocar idéias, experiências e conhecimentos com outros colegas.
Com os recursos da informática, a educação pode ensejar uma aprendizagem construtiva e significativa, na qual o aluno pode aprender de forma mais dinâmica e transformadora.
* Monica Valls Indalencio Moreira é pedagoga graduada pela Universidade Paulista (UNIP), professora e coordenadora da disciplina de Informática da Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1 do Colégio Objetivo.
FELIZ 2012!
Amar,Sofrer, Lutar e Vencer.
Quem Ama...Sofre
Quem Sofre...Luta
Quem Luta...Vence
Por isso Ame Muito
Sofra Pouco
Lute Bastante
E VENÇA SEMPRE
Referência da obra:
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 24. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
Prefácio
Paulo Freire (1921-1997)
Nasceu em Recife, no estado de Pernambuco, foi professor de português de 41-47,quando se formou em Direito na Universidade de Recife, sem, no entanto, seguir carreira. Entre 47 e 56 foi assistente e depois diretor do Departamento de Educação e Cultura do SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com educação de trabalhadores e seu metodo que ganhou forma em 1961 com o Movimento de Cultura Popular de Recife.
Entre 57 e 63 lecionou história e filosofia da educação em cursos da Universidade de Recife. em 1963 presidiu a Comissão Nacional de Cultura Popular e coordenou o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, a convite do Ministério da Educação, em Brasilia, no Governo de João Goulart. Foi a epoca do MEP (Movimento de Educação Popular). Como diretor de Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife desenvolveu um extenso programa de educação de adultos.
Em 1964 a ditadura militar obrigou-o a de 15 anos de exílio. Foi para o Chile onde, até 1969, assessorou o governo democrata- cristão de Eduardo Freire em programa de educação popular.
Na Suiça, com um grupo de exilados, fundou e manteve o IDAC (Instituto de Ação Cultural), assessorando governos de vários países em programas educacionais, como a Nicarágua, São Tomé e Príncipe e Guiné – Bissau. De 72 a 74 lecionou na Universidade de Genebra.
De 70 a 79, quando voltou, quando voltou ao exílio, trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas, sediado em Genebra (Suiça), e lecionou na Universidade Católica de São Paulo. Em 1980 recebeu o prêmio Rei Bauduíno da Bélgica e, em 1986, o Prêmio Educação para a Paz da UNESCO.
Foi Secretário de Educação Municipal de São Paulo (1989-1991). Em 1997, assessorou programas de pós graduação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Estadual de Campinas.
Toda sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à educação, sustentada por uma concepção dialética onde educador e educando aprendem juntos uma relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num constante aperfeiçoamento.
Paulo Freire foi considerado um dos maiores educadores, marcando o pensamento pedagógico do seculo XX. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi até hoje traduzida em mais de 18 linguas.
Destacamos sua contribuição à teoria da dialética do conhecimento, para a qual a melhor maneira de refletir é pensar a prática e retornar a ela para transformá-la. Portanto, pensar o concreto, a realidade, e não pensar pensamentos.
A categoria pedagógica da “conscientização”, criada por ele, visando, através da educação, a formação da autonomia intelectual do cidadão para intervir sobre a realidade. Por isso, para ele, a educação não é neutra. É sempre um ato politico.
Principais obras: Educação como Pratica da Liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1970), Ação Cultural para a Liberdade (1975), Extensão ou Comunicação (1971), Educação e Mudança (1979), A Importância do Ato de Ler (1983), A Educação na Cidade (1991), A Pedagogia da Esperança (1992).
Segundo Roger Garaudy, é o “maior pedagogo do nosso tempo.” Ele foi um profissional de educação que mudou a história, foi exilado no periodo da ditadura militar, por ser o pedagogo dos oprimidos; pois suas teorias e praticas eram voltadas para a conscientização e libertação dos homens, porém continua até hoje, sendo ignorado e mal interpretado em nosso país por falta de valorização da conscientização nacional por parte da politica, pois um povo sem cultura é mais facil de manipular.
Educação e mudanças, uma das obras escritas por Freire, destaca- se pela sua praticidade pela qual o mesmo faz uma exposição de suas ideias e métodos relevantes à alfabetização de adultos, cujo o educador fundamentou baseado em experiências da sua própria pratica (ação e reflexão) educacional. A sua referida obra teve sua primeira publicação em 1981, a mesma é composta por um total de 46 paginas nas quais o autor apresenta suas ideias em quatro capitulos, nas quais o leitor deve estar sempre atento ao jogo de palavras contido no decorrer da elaboração das idéias de Freire.
A mudança e a conscientização andam juntas como tema básico da sua obra, pois a mudança vem a partir da conscientização nacional pela educação. Dentro da filosofia marxista a igualdade é exposta dentro da mudança e nos é também apresentada à interdependência da educação em relação à sociedade e vice versa. Há uma condenação ao pensamento de que apenas o dialogo é eficiente, pois o dialogo deve ser conflituoso para não cair na ingenuidade, portanto numa sociedade de classes há apenas um pseudodiálogo.
Em todo o seu livro “Educação e Mudança” Paulo Freire faz uma abordagem no sentido da superação da opressão sofrida. Para tanto, a conscientização é o carro chefe da educação proposta por ele, até porque a escola não anda sozinha, ela precisa da sociedade, ela não só está inserida na comunidade, como é a parte mais importante para a formação de pessoas conscientes e politizadas. A educação deve ser politizadora, pois a politica nunca ignorou a educação, mas a educação, principalmente a brasileira, sempre ignorou a política.
Capitulo 1 – O compromisso do profissional com a sociedade
No primeiro capitulo do livro, é feita uma reflexão e uma abordagem das ideias e concepções “freiriana” a respeito do homem, compromisso e compromisso do profissional.
Para Freire, somente o homem, quando capaz de em sua reflexão - ação pode “distanciar-se” de sua realidade para com ela ficar capaz de observá-la para, objetivando – a, transforma – la e transformando, ver-se transformado pela sua própria criação, o homem que é e está sendo no tempo, é em seu tempo um ser histórico, somente este pode comprometer-se, adquirindo a consciência crítica.
A reflexão do homem sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indissoluvelmente à sua ação sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo reduz a um não poder transpor os limites que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que este ser não é capaz de compromisso. (p.16).
Portanto, Freire nos apresenta o sujeito construtor da sua história, ou seja, o sujeito histórico. Um ser como esse não pode comprometer-se; em lugar de relacionar-se com o mundo, o ser imerso nele somente está em contato com ele. Seus contatos não chegam a transformar o mundo, pois deles não resultam produtos significativos, capazes de marcá-los. (p.17)
A capacidade humana de refletir faz-nos ser, um ser da práxis, o que nos diferencia dos outros seres. Porém a realidade faz-nos alienados, pois a falta de autencidade é alienação, mas a realidade é criação dos homens. Portanto devemos mudar essa realidade com a nossa práxis. O compromisso implica inegavelmente um conhecimento da realidade na medida em que não pode ser um ato passivo, mas prática e reflexão sobre a realidade.
Freire atenta para o profissionalismo, sobre o compromisso profissional, falando-nos que o homem deve ser compromissado por sua natureza e que a capacitação deve ser contínua. O profissional deve ir ampliando seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no mundo, substituindo por uma visão critica a visão ingênua da realidade, deformada pelos especialismos estreitos, quanto mais me capacito como profissional, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. (p.20-21)
Freire nos fala também das técnicas a serem ustilizadas, usando a ciência e as tecnologias para instrumentar o profissional, o trabalhador social e lembra-nos que as técnicas não podem ser transplantadas para contextos diferentes, pois técnicas neutras são inexistentes.
Freire identifica na relação do homem profissional e a sociedade três tipos de homem: o autenticamente comprometido; o falsamente comprometido e o impedido de se comprometer verdadeiramente. Define compromisso profissional como uma dívida do homem para com a sociedade, assumida à medida que se fez profissional. Logo após, coloca a necessidade do constante aperfeiçoamento do profissional, ao mesmo tempo faz uma critica ao tecnicismo, afirmando a necessidade da superação da especialização e afirmando a exigência profissional em ser senhor das técnicas e não escravo delas.
A obra aqui resenhada az uma exposição de forma singular a alienação, advinda das importações de idéias e técnicas alheias á realidade, como ameaça ao compromisso verdadeiro. Exprime-se na existência de tais importações as mesmas devem ser adaptadas à realidade local. E menciona a criatividade como meio de superação na hora da efetivação das mudanças.
Capitulo 2- A educação e o processo de mudança social.
Em a educação e o processo de mudança social, nos é apresentada baseadas no conceito filosófico-antropológico de homem, concepções do autor sobre a raiz da existência da educação, e ainda as diversas relações do homem e sua consciência.
Na abordagem deste capitulo o autor nos indica o inicio da educação. O homem busca a educação por saber ser inacabado, mostrando a necessidade de se buscar cada vez mais o conhecimento. A educação tem raiz na busca constante e em auto reflexões de como o homem pode ser mais se perguntando: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Onde estou? Onde posso chegar?
Quando nos educamos devemos estar de acordo que a atualização dos conhecimentos deve ser contínua, todavia aquilo que aprendemos ninguém nos tira, que cada vez que avançamos nos nossos conhecimentos, somos transformados, contudo mesmo com o caráter permanente da educação, o conhecimento superado torna-se ignorância.
Educar é um ato de amor ao próximo, porque “não há educação sem amor” (p.29) e educação amorosa dá esperança para que a mudança exista de fato. A educação amorosa respeita os limites do aluno, e desafia-o a transpor esses limites, alimenta a auto –estima para que o educando tenha um conhecimento mais amplo e uma consciência crítica, e assim não esteja fadado á ingenuidade.
Para Paulo Freire a razão pela qual se faz necessária a educação é a percepção humana do próprio inacabamento, da própria imperfeição, onde mediante desta, busca sempre ser mais perfeita. Tal busca deve ser feita pelo homem em comunhão com os outros, pois a busca solitária só o leva em ter mais, porém sendo menos, já a busca em comunhão resulta em ser mais. Ele condiciona a busca pela educação á ligação ao saber, por ser esta a meta, mas também á ignorância, pois pela percepção desta é iniciada a procura do saber. Ligação, essa a qual se faz necessária o intermédio do amor e da esperança, pois o entendimento é uma condição para a educação e o amor uma condição para o entendimento, já a esperança parte desde o inicio da busca, pois quando há uma procura, há ao mesmo tempo uma espera do encontro daquilo que é procurado.
Freire afirma ser o homem um ser de relações. E ainda, afirma a sua necessidade da estimulação da consciência reflexiva no educando para que este reflita sobre sua própria realidade, conseguindo assim que as relações deste sejam reflexivas, consequentes, transcendentes e temporais. Reflexiva à medida que busca contemplar sua realidade, transcendente por na sua reflexão conseguir projetar um futuro de acordo com os seus desejos, tornando assim sua relação também consequente e temporal por agir, perceber-se e fazer-se em seu tempo um ser social e histórico.
A concepção freiriana apresenta neste capitulo, a respeito da “consciência bancária” da educação, a visão do professor como aquele, cujo mesmo ver-se detentor do conhecimento e o educando como um ser “oco”, um depósito de conhecimento. E nos mostra os estados da consciência como sendo a: intransitiva? Quase compromisso com a realidade; mágica? Supertições; transitiva? Efetivação da mudança de consciência; crítica? Efetivação do compromisso; fanática? Escravidão ás idéias e técnicas importadas; ingênua? Vê o passado como melhor em comparação ao presente.
A consciência é inata, o homem nasce consciente e, na medida em que conhece, tende a se comprometer com a própria realidade. Na consciência ingênua há uma busca de compromisso; na crítica o compromisso existe de fato; e na fanática, uma entrega irracional, portanto a investigação do educador é exatamente criar a consciência crítica, sem deixar que o fanatismo tome conta dos educandos.
Capitulo 3- O papel do trabalhador social no processo de mudança.
Freire inicia este capitulo analisando o olhar, para o ponto de vista critico, que aqui defendemos, o ato de olhar implica noutro: o admirar, olhar por dentro, separar para voltar a olhar o todo admirado, que é ir para o todo, um voltar para suas partes, o que significa separá-las, são operações que só se dividem pela necessidade que o espírito tem de abstrair para alcançar o concreto. Na ingenuidade, que é uma forma desarmada de enfretamento da realidade, apenas olhamos e, porque não admiramos, não podemos adentrar o que é olhando, não vendo o que está sendo olhado.(p.43-44).
Se a estrutura social fosse somente estática ou se não houvesse estabilidade, não seria estrutura social, pois ela é formada pelo dinamismo e permanência. Desta forma, não se pode estudar a mudança sem estudar a estabilidade. O homem é um ser práxis, portanto ao responder aos desafios que partem do mundo, cria seu mundo: o mundo histórico – cultural.
Ninguém, como ser humano, consegue a imparcialidade, sempre tomamos partido por algo, até porque a sociedade nos exige uma posição, portanto o trabalhador social tem de fazer uma escolha: ou adere a mudança ou fica a favor da permanência. Se a opção do trabalhador social é pela antimudança, sua atuação e seus procedimentos se orientarão no sentido de negar as transformações. A opção pela estabilidade é um revide à ameaça ao seu status quo.
Quem opta pela mudança não pode vê-la como ameaça, deve-se reconhecer a obviedade de que somos homens, trabalhamos para pessoas, para que as pessoas possam ser realmente pessoas e não objetos de manipulação. Quem opta pela mudança não intimida-se com a liberdade, não preceitua, não maneja, não evita a comunicação, ao invés disso, a procura e vive, enfrentando os desafios impostos pela sociedade, buscando cada vez mais a transformação social e participando dessa mudança de forma ativa.
A mudança é da estrutura social, portanto uma totalidade, então para mudança, faz-se necessária a mudança das partes separadamente. Começando-se pela escola. A mudança exige do trabalhador social uma reflexão crítica do contexto cultural onde se está inserido.
O problema maior que se coloca àqueles que por questão de viabilidade histórica não tem outro caminho a nào ser a mudança gradual das partes, com a qual pretendem alcançar a mudança da totalidade, consiste em: ao mudar uma das dimensões da estrutura, as respostas a esta mudança não tardam. São respostas de caráter estrutural e de cárater ideológico. De um lado, são as demais dimensões da realidade que, ao se conservarem como estão, criam obstáculos ao processo de transformação de dimensão sobre a qual está incidindo a ação transformadora; de outro lado, são as forças contrárias à mudança que tendem a se fortalecer diante da ameaça concreta de uma das dimensões em transformação.(p.53).
As forças contrárias às mudanças querem manter seu status quo. Seria ingenuidade pensar que as forças contrárias à mudança não percebem que a mudança de uma parte promove a mudança de outra, até que chega a mudança da totalidade, como seria ingenuidade também não contar com uma reação, sempre mais forte, a estas mudanças parciais.(p.54).
Perante a mitificaçãoda realidade dada pela antimudança. O trabalhador social deve desmitificar a realidade mitificada, ele deve atuar e refletir com os individuos para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade. Homem deve atuar, pensar, crescer, transformar e não adaptar-se fatalisticamente a uma realidade desumanizante. (p.54-56-60).
Destruindo assim a manipulação, porque o manejo intelectual é o instrumento da desumanização, enquanto a tarefa de mudar, só se legitima em seu intuito humanista. Dentro desse pensamento forma-se a mudança cultural, que começa com a transformação do entendimento da realidade, individual e concomitantemente, coletiva. Numa consciência ingênua pode-se dizer que a mudança da percepção da realidade só seria possivel com a mudança da estrutura, por causa da sujeição que uma exerce sobre a outra.
O trabalhador social que opta pela mudança deve levar a conscientização aos indivíduos com quem se trabalha, enquanto com eles também se conscientiza. Isso então sugere, afinal, o impulso de transformar para ser mais.
Capitulo 4- Alfabetização de adultos e conscientização
Já no ultimo capitulo, o autor apresenta de maneira detalhada seu método educacional relativo aos adultos. Feire condiciona a implantação de seu método, a uma prévia reflexão sobre o homem e de uma análise sobre as suas condições culturais, condição esta necessária mediante qualquer ação educativa, frisa o mesmo. Seu método, o diálogo é exposto como um método ativo, crítico e criticista. Este deve ter relação horizontal “A”com “B”. Onde ser forte a presença do amor, humanidade, esperança, fé e confiança, partindo de uma relação interacionista entre educador e educando.
Um objeto extraído da cultura do analfabeto, sobre o qual é dialogado deve ser o conteúdo programático. Tal objeto, sobre o qual é o dialogo, deve ser advindo de um levantamento de “palavras geradoras”, ligadas às experiências existencial do analfabeto, da qual a experiência profissional faz parte. Depois de feito este levantamento deve-se selecionar as palavras geradoras de maneira a respeitar os seguintes critérios: riqueza fonética, dificuldade fonética, aspecto pragmático da palavra. Após isso se devem criar situações nas quais são colocadas as palavras geradoras em ordem crescente de dificuldades fonéticas. Feito isso é necessária a elaboração de fichas auxiliares com sugestões simples para os educadores nunca uma prescrição rígida para ser obedecida.
Após o autor detalhar seu método de alfabetização de adultos, o mesmo expõe seus resultados práticos, sendo estes deixar grupos de 25 a 30 homens lendo e escrevendo entre um mês e meio a dois meses.
Conclusão:
Esse livro é importante para a formação de educadores, porém a mudança apresentada é uma utopia diante da realidade capitalista, onde a escola apenas forma mão de obra qualificada para o trabalho manual; mas vemos, na realidade brasileira, a falta de qualidade até mesmo para a formação intelectual, pela dificuldade de leitura dos profissionais, os quais se acomodam na formação adquirida e não busca aperfeiçoamento.
A mudança deveria acontecer sim, todavia deveria começar pelo interesse político na qualificação dos profissionais de ensino, melhorando seus salários, colocando profissionais capacitados nas gestão das escolas, com eleição pela comunidade, enfiim são tantos obstaculos que a educação brasileira enfrenta, devido a mentalidade politica dos brasileiros, que tem a cultura voltada ainda para si, ou seja, da “troca de favores”. Para isso a mentalidade dos políticos não deveria estar centrada na manutenção de seu status.
O fato de ser utópica não necessariamente aponta a impossibilidade da prática educativa em favor da mudança. Entretanto, é um desafio gigantesco para todos nós, educadores, pais, parentes, líderes espirituais, a mudança da maneira neoliberal de encarar a realidade, extremamente mitificada, para gerar apenas a consciência ingênua.
O desafio maior é vencer a imposição da classe dominante através da política, de uma educação mantenedora da realidade desigual para os homens, com apenas formação de operários às classes menos abastadas. A melhoria da qualidade na educação faz-se necessária, no entanto para isso a formação de qualidade para educadores torna-se prioridade.
O amor faz-se prioridade na educação, não numa posição paternalista, mas com o respeito às limitações dos educandos e desafiando-os a superá-los, pois só com amor é possível educar e manter os educandos capazes de obter uma consciência crítica. Para tanto, é necessário que o profissional de educação, além de bem qualificado, seja também capaz de amar a sua profissão e os educandos. Com isso, a educação faz-se instrumento da mudança na sociedade.
Em todas suas obras Paulo Freire, revela as bases de seu pensamento, as quais nascem de uma visãode ser humano e de mundo: a pessoa deve ser vista como: um ser de relação, um ser em busca de sua “completude”, um ser capaz de transcender, o sujeito da sua história.
Educação e Mudanças de Paulo Freire é uma fundamentação consistente de seu método de alfabetização de adultos, cuja a mesma se faz ainda hoje indispensável ao conhecimento de qualquer educador. Mas é também uma apresentação de definições e análises a respeito de compromisso, educação, estrutura social, sociedade entre outras, daí a necessidade da apreciação destas concepções por diversos profissionais, sejam estes sociólogos, teólogos, políticos e pedagogos, a fim de facilitar sua opção nos processos de mudança, levando em conta a principal busca do homem a de ser mais perfeito. No entanto, Paulo Freire deixa uma lacuna no que diz respeito à definição do papel do trabalhador social, pois o termo “parece” não deixa fixa a definição apresentada pelo autor, porém é nas lacunas das definições que cabem as reflexões, por isso o presente resenhista acredita que o autor assim agiu de maneira intencional para a existência da efetivação da ação reflexiva do leitor.
Indicações do Resenhista:
Indico esta leitura a todos os educadores que buscam na educação uma práxis que leve ao ser humano a conscientização do seu papel na transformação social.
Referencias bibliograficas:
GADOTTI. M. História das Idéias Pedagógicas. Editora Ática: São Paulo, 1998.
Cássia Rodrigues Martins
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Projeto :Vamos cirandar
Faixa etária
4 e 5 anos
Conteúdo: Linguagem Corporal
Objetivos:
- Criação de movimentos.
- Conhecer a cultura de outros povos.
Conteúdo:
- Movimento.
- Tradições culturais.
Anos
Pré-escola.
Tempo estimado
Quatro semanas.
Material necessário
Cartolina, giz de cera, máquina fotográfica;
DVD Tem Criança em Movimento e na Roda de Dança (Instituto Avisa Lá, tel. 11/3032-5411, 25 reais)
Livros
Palavra Cigana (Florencia Ferrari, 88 págs., Ed. Cosac Naify, tel. 11/3218-4444, 40 reais)
Ana, Guto e o Gato Dançarino (Stephen Michael King, 32 págs., Ed. Brinque-Book, tel. 11/3032-6436, 30 reais)
Fotografias, músicas de Itamaracá, vídeos e textos sobre a ciranda pernambucana e a cigana
Flexibilização
Para que alunos com deficiência nos membros inferiores possam participar desta atividade, oriente as crianças para que atentem a outros aspectos da ciranda, como as roupas, a música e a cultura pernambucana. Deste modo, todos os alunos, em especial os cadeirantes, vão conseguir encontrar outros significados importantes para o trabalho.
Durante a roda, o aluno com deficiência pode ajudar na marcação de ritmo ou dar um sinal combinado com a turma para marcar a mudança de passo. Se a coreografia permitir, ele pode ficar no meio da roda, segurando um estandarte ou outro objeto importante para a ciranda, ao mesmo tempo em que é guiado por outro aluno.
É importante que o cadeirante movimente-se, saia do lugar ou dê uma volta em torno da roda, por exemplo. Isso faz com que assuma um papel importante na atividade. Caso ele não possa dançar, convide-o para que reúna algumas informações novas, que não estão no vídeo a respeito da ciranda pernambucana. Reserve um espaço na rotina para que ele apresente sua pesquisa aos colegas. Outra alternativa é fazer do cadeirante o fotógrafo das cirandas, sob a sua orientação. Assim, ele deixa o papel da criança que sempre precisa de ajuda, para ocupar um posto importante, de quem tem algo a oferecer à turma.
Na confecção do cartaz sobre a ciranda, estimule o aluno com deficiência para que ele seja o responsável pela organização das informações descobertas pelas crianças. Ainda que ele não seja capaz de escrever, ajude-o. Não se esqueça de ler, ao final, tudo o que foi anotado. A fixação dos desenhos e cartazes deve ser acessível ao aluno. Certifique-se, também, de que o espaço para a realização das rodas seja seguro e com rampas. Faça adaptações no espaço para facilitar a mobilidade, caso seja necessário.
Desenvolvimento
1ª etapa
Mostre às crianças as fotos e os vídeos de uma ciranda pernambucana e pergunte se elas conhecem a dança, as músicas e os movimentos. Monte um cartaz para registrar os comentários, dividindo-o em "O que já sabemos" e "O que não sabemos sobre a ciranda pernambucana".
2ª etapa
Convide a turma para dançar em roda com as músicas de Lia de Itamaracá.
3ª etapa
Leia os textos sobre cirandas de Pernambuco e complete o cartaz com novas informações.
4ª etapa
Proponha dançarem mais uma ciranda pernambucana. Avise que vai fotografar para depois montarem juntos um mural de imagens sobre cirandas.
5ª etapa
Ofereça giz de cera para que todos desenhem uma ciranda. Coloque as produções junto ao cartaz. Mostre as fotos ao grupo e juntos selecionem as que retratam a ciranda pernambucana. Criem as legendas para as imagens.
6ª etapa
Leia para os pequenos o livro sobre os ciganos. Se possível, convide um especialista em dança cigana para ensiná-la a eles. Fotografe a vivência. Peça que desenhem essa roda também.
7ª etapa
Depois de todos apreciarem os desenhos, exponha-os e crie com as legendas para as novas fotos.
8ª etapa
Converse sobre as diferenças entre a roda pernambucana e a cigana.
9ª etapa
Leia o livro Ana, Guto e o Gato Dançarino para a turma e mostre as ilustrações. Discuta o que foi aprendido e os passos que podem ser criados para cirandas.
Avaliação
Analise se os pequenos criam movimentos nas rodas e se percebem que podem ocupar o espaço de diversas maneiras.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
REUNIÃO DE PAIS
Reunião de Pais,
Sofrimento ou prazer?
As reuniões devem ser feitas sempre a partir de uma parceria entre a equipe da escola (professores, coordenação, orientação e direção) e as famílias. Um princípio básico é que nenhuma reunião deve ser pensada individualmente: todas as pessoas envolvidas devem, de alguma maneira, ajudar a construir o trabalho, para que se sintam colaboradoras e responsáveis. Assim, cada participante poderá ter a sensação da importância e da validade de seu papel – que é sempre pessoal e único – no contexto em que atua. Ao final da reunião levará consigo, de um lado, a certeza de seu pertencimento e, de outro, a importância e a responsabilidade de sua atuação como gerador de mudanças no contexto familiar, escolar e social.
Gostaríamos de enfatizar que nenhuma reunião, de acordo com a proposta construtivista, pode estar pronta de ”per si”. Embora devam ser bem planejadas e elaboradas, elas somente acontecem à medida que se constróem, ou seja: dado o passo inicial, cada grupo acaba construindo a sua reunião, com os recursos internos de que dispõe. Não há duas reuniões iguais!
Montamos, aqui, uma proposta de reunião a partir do tema Violência, cuja urgência e importância atual é consenso. Obviamente, trata-se apenas de uma proposta. Cada educador interessado deve procurar adaptá-la à sua realidade, a partir dos objetivos que pretenda atingir e dos meios de que possa dispor.
Tema: violência
Público-alvo: pais de alunos do Ensino Fundamental
Objetivos: possibilitar uma troca de informações e de experiências acerca do tema e estimular a participação de todos no processo de mudança na micro (família e (escola) e na macroestrutura (sociedade)
Conteúdo: Sugerimos que seja feita uma ampla pesquisa (bibliotecas, livrarias, periódicos etc), conforme sugestão bibliográfica abaixo. Cada educador deve fazer o recorte mais adequado ao seu contexto.
Exemplos:
- Conceito de violência;
- Causas e conseqüências: conflitos familiares, o papel da mídia, os jogos de poder, a situação sócio-econômica do país, as diferenças sociais etc.
- Movimentos de ação e reação ( a população que se arma como solução de defesa e acaba por promover mais violência);
- Contextos em que ocorre a violência.
Propostas de estratégia:
a) Prepare a sala: coloque as cadeiras em círculo e providencie água, café e chá e, se possível, uma música ambiente tranqüila e flores.
b) Providencie os multimeios necessários: quadro-negro, giz, apagador, TV, vídeo ou computador com infocus , um painel forrado com papel kraft, canetas pilot de ponta grossa, tiras de cartolina em três cores diferentes, fita crepe, senha para a formação de grupos
c) Esteja presente na sala antes dos pais, para recebê-los pessoalmente e distribuir as senhas para a formação dos grupos. É importante que os membros da mesma família se distribuam em grupos diferentes.
d) Peça a cada pai que escreva (no quadro ou no painel) o que lhe vem à cabeça quando pensa em violência – com isto, os pais são colocados, de forma ativa e imediata, dentro do tema.
e) Divida-os em grupos, conforme o número de participantes. Os educadores presentes também devem se distribuir entre os grupos formados, com exceção da pessoa que estiver coordenando cada uma das fases.
Desenvolvimento:
1ª fase. Explique aos pais a tarefa: juntamente com os educadores, trocar idéias em relação à pergunta “O que os preocupa em relação à violência familiar, escolar e na sociedade?”
Em seguida, peça que façam uma síntese da discussão referente a cada um dos aspectos (familiar, escolar e sociedade) e escrevam, em uma ou duas frases, nas tiras de papel colorido (uma cor para cada aspecto).
Para finalizar, eles devem colar as tiras de cartolina no painel, que estará subdividido em três colunas (VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA/VIOLÊNCIA NA ESCOLA/VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE).
Tempo de duração: aproximadamente 15 minutos.
2a fase. Apresentação de três fragmentos do vídeo “Árvore dos Sonhos”, com Kevin Kostner. O primeiro fragmento refere-se à briga de dois garotos no pátio e à
intervenção do pai de um dos dois para apartar a briga. O segundo trata da briga dos
pais desses dois meninos e da conseqüente agressão verbal e física, em função de
um incidente no trânsito. E o terceiro aborda uma agressão entre duas crianças (um
garoto e uma garota) e a surpreendente reação do pai do garoto agredido. Tempo
aproximado de duração: 15 minutos.
Observação: caso não se possa dispor deste filme, o mesmo trabalho pode ser
feito com outro filme sobre o tema, notícias de jornal sobre violência ou relatos
de casos baseados em episódios escolares ou familiares.
3a fase. Forme três grupos. Nesta nova composição, que poderá ser aleatória ou não (excetuando-se os componente de uma mesma família), os membros de cada equipe deverão escolher uma pessoa para fazer o registro da discussão e outra para fazer a apresentação da síntese (se possível, um dos pais). Inicialmente, trocarão impressões sobre os fragmentos do filme. Em seguida, discutirão as seguintes questões, que poderão ser apresentados num cartaz ou numa folha de papel a ser entregue ao coordenador de cada grupo:
-- O que achou?
-- Que sentimentos surgiram a partir das diferentes agressões?
-- Qual a opinião sobre a intervenção do pai no primeiro, no segundo e no terceiro episódio?
-- Qual é a relação entre as três cenas do filme e o tema da reunião?
-- O grupo concorda com a postura do pai nas três situações? Por quê? Em qual dos episódios um encaminhamento diferente por parte do pai poderia ter evitado o aumento da agressão?
É possível estabelecer relações entre as cenas vistas e as
preocupações levantadas pelos pais na primeira fase da reunião? O que os três
episódios nos ensinam quanto à violência na família, na escola e na sociedade?
Qual o papel dos pais no encaminhamento de intervenções junto a seus filhos e na
sociedade, que viabilizem a construção de uma relação sem violência?
Tempo aproximado de duração : 45 minutos a 1 hora.
4a fase. Os coordenadores de cada grupo deverão expor uma síntese da discussão. O responsável pela condução desta fase da reunião deverá ter o cuidado de fazer
intervenções que remetam, sempre, às preocupações expressas pelo pais no início
da reunião, incentivando os participantes a pensarem de que forma uma conduta e
um encaminhamento adequado, por parte dos pais e educadores, pode favorecer um
cotidiano sem violência. Tempo aproximado de duração: 10 minutos por grupo.
Total: 30 a 40 minutos, com as intervenções do coordenador desta fase.
Encerramento. Peça para os pais fazerem uma rápida avaliação do encontro, resumindo-o em uma palavra, que poderá ser registrada no quadro-negro pelo
coordenador. Agradeça pela presença e solicite sugestões de temas para um
próximo encontro.
Texto extraído do livro: Reunião de Pais: Sofrimento ou prazer?
Editora: Casa do Psicólogo
Autores:
Beate G. Althuon
Corinna H. Essle
Isa S. Stoeber