quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RESENHA CRITICA DO LIVRO EDUCAÇÃO E MUDANÇA DE PAULO FREIRE
Referência da obra:
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 24. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

Prefácio
Paulo Freire (1921-1997)
Nasceu em Recife, no estado de Pernambuco, foi professor de português de 41-47,quando se formou em Direito na Universidade de Recife, sem, no entanto, seguir carreira. Entre 47 e 56 foi assistente e depois diretor do Departamento de Educação e Cultura do SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com educação de trabalhadores e seu metodo que ganhou forma em 1961 com o Movimento de Cultura Popular de Recife.
Entre 57 e 63 lecionou história e filosofia da educação em cursos da Universidade de Recife. em 1963 presidiu a Comissão Nacional de Cultura Popular e coordenou o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, a convite do Ministério da Educação, em Brasilia, no Governo de João Goulart. Foi a epoca do MEP (Movimento de Educação Popular). Como diretor de Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife desenvolveu um extenso programa de educação de adultos.
Em 1964 a ditadura militar obrigou-o a de 15 anos de exílio. Foi para o Chile onde, até 1969, assessorou o governo democrata- cristão de Eduardo Freire em programa de educação popular.
Na Suiça, com um grupo de exilados, fundou e manteve o IDAC (Instituto de Ação Cultural), assessorando governos de vários países em programas educacionais, como a Nicarágua, São Tomé e Príncipe e Guiné – Bissau. De 72 a 74 lecionou na Universidade de Genebra.
De 70 a 79, quando voltou, quando voltou ao exílio, trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas, sediado em Genebra (Suiça), e lecionou na Universidade Católica de São Paulo. Em 1980 recebeu o prêmio Rei Bauduíno da Bélgica e, em 1986, o Prêmio Educação para a Paz da UNESCO.
Foi Secretário de Educação Municipal de São Paulo (1989-1991). Em 1997, assessorou programas de pós graduação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Estadual de Campinas.
Toda sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à educação, sustentada por uma concepção dialética onde educador e educando aprendem juntos uma relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num constante aperfeiçoamento.
Paulo Freire foi considerado um dos maiores educadores, marcando o pensamento pedagógico do seculo XX. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi até hoje traduzida em mais de 18 linguas.
Destacamos sua contribuição à teoria da dialética do conhecimento, para a qual a melhor maneira de refletir é pensar a prática e retornar a ela para transformá-la. Portanto, pensar o concreto, a realidade, e não pensar pensamentos.
A categoria pedagógica da “conscientização”, criada por ele, visando, através da educação, a formação da autonomia intelectual do cidadão para intervir sobre a realidade. Por isso, para ele, a educação não é neutra. É sempre um ato politico.
Principais obras: Educação como Pratica da Liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1970), Ação Cultural para a Liberdade (1975), Extensão ou Comunicação (1971), Educação e Mudança (1979), A Importância do Ato de Ler (1983), A Educação na Cidade (1991), A Pedagogia da Esperança (1992).
Segundo Roger Garaudy, é o “maior pedagogo do nosso tempo.” Ele foi um profissional de educação que mudou a história, foi exilado no periodo da ditadura militar, por ser o pedagogo dos oprimidos; pois suas teorias e praticas eram voltadas para a conscientização e libertação dos homens, porém continua até hoje, sendo ignorado e mal interpretado em nosso país por falta de valorização da conscientização nacional por parte da politica, pois um povo sem cultura é mais facil de manipular.
Educação e mudanças, uma das obras escritas por Freire, destaca- se pela sua praticidade pela qual o mesmo faz uma exposição de suas ideias e métodos relevantes à alfabetização de adultos, cujo o educador fundamentou baseado em experiências da sua própria pratica (ação e reflexão) educacional. A sua referida obra teve sua primeira publicação em 1981, a mesma é composta por um total de 46 paginas nas quais o autor apresenta suas ideias em quatro capitulos, nas quais o leitor deve estar sempre atento ao jogo de palavras contido no decorrer da elaboração das idéias de Freire.
A mudança e a conscientização andam juntas como tema básico da sua obra, pois a mudança vem a partir da conscientização nacional pela educação. Dentro da filosofia marxista a igualdade é exposta dentro da mudança e nos é também apresentada à interdependência da educação em relação à sociedade e vice versa. Há uma condenação ao pensamento de que apenas o dialogo é eficiente, pois o dialogo deve ser conflituoso para não cair na ingenuidade, portanto numa sociedade de classes há apenas um pseudodiálogo.
Em todo o seu livro “Educação e Mudança” Paulo Freire faz uma abordagem no sentido da superação da opressão sofrida. Para tanto, a conscientização é o carro chefe da educação proposta por ele, até porque a escola não anda sozinha, ela precisa da sociedade, ela não só está inserida na comunidade, como é a parte mais importante para a formação de pessoas conscientes e politizadas. A educação deve ser politizadora, pois a politica nunca ignorou a educação, mas a educação, principalmente a brasileira, sempre ignorou a política.

Capitulo 1 – O compromisso do profissional com a sociedade
No primeiro capitulo do livro, é feita uma reflexão e uma abordagem das ideias e concepções “freiriana” a respeito do homem, compromisso e compromisso do profissional.
Para Freire, somente o homem, quando capaz de em sua reflexão - ação pode “distanciar-se” de sua realidade para com ela ficar capaz de observá-la para, objetivando – a, transforma – la e transformando, ver-se transformado pela sua própria criação, o homem que é e está sendo no tempo, é em seu tempo um ser histórico, somente este pode comprometer-se, adquirindo a consciência crítica.
A reflexão do homem sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indissoluvelmente à sua ação sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo reduz a um não poder transpor os limites que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que este ser não é capaz de compromisso. (p.16).
Portanto, Freire nos apresenta o sujeito construtor da sua história, ou seja, o sujeito histórico. Um ser como esse não pode comprometer-se; em lugar de relacionar-se com o mundo, o ser imerso nele somente está em contato com ele. Seus contatos não chegam a transformar o mundo, pois deles não resultam produtos significativos, capazes de marcá-los. (p.17)
A capacidade humana de refletir faz-nos ser, um ser da práxis, o que nos diferencia dos outros seres. Porém a realidade faz-nos alienados, pois a falta de autencidade é alienação, mas a realidade é criação dos homens. Portanto devemos mudar essa realidade com a nossa práxis. O compromisso implica inegavelmente um conhecimento da realidade na medida em que não pode ser um ato passivo, mas prática e reflexão sobre a realidade.
Freire atenta para o profissionalismo, sobre o compromisso profissional, falando-nos que o homem deve ser compromissado por sua natureza e que a capacitação deve ser contínua. O profissional deve ir ampliando seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no mundo, substituindo por uma visão critica a visão ingênua da realidade, deformada pelos especialismos estreitos, quanto mais me capacito como profissional, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. (p.20-21)
Freire nos fala também das técnicas a serem ustilizadas, usando a ciência e as tecnologias para instrumentar o profissional, o trabalhador social e lembra-nos que as técnicas não podem ser transplantadas para contextos diferentes, pois técnicas neutras são inexistentes.
Freire identifica na relação do homem profissional e a sociedade três tipos de homem: o autenticamente comprometido; o falsamente comprometido e o impedido de se comprometer verdadeiramente. Define compromisso profissional como uma dívida do homem para com a sociedade, assumida à medida que se fez profissional. Logo após, coloca a necessidade do constante aperfeiçoamento do profissional, ao mesmo tempo faz uma critica ao tecnicismo, afirmando a necessidade da superação da especialização e afirmando a exigência profissional em ser senhor das técnicas e não escravo delas.
A obra aqui resenhada az uma exposição de forma singular a alienação, advinda das importações de idéias e técnicas alheias á realidade, como ameaça ao compromisso verdadeiro. Exprime-se na existência de tais importações as mesmas devem ser adaptadas à realidade local. E menciona a criatividade como meio de superação na hora da efetivação das mudanças.

Capitulo 2- A educação e o processo de mudança social.
Em a educação e o processo de mudança social, nos é apresentada baseadas no conceito filosófico-antropológico de homem, concepções do autor sobre a raiz da existência da educação, e ainda as diversas relações do homem e sua consciência.
Na abordagem deste capitulo o autor nos indica o inicio da educação. O homem busca a educação por saber ser inacabado, mostrando a necessidade de se buscar cada vez mais o conhecimento. A educação tem raiz na busca constante e em auto reflexões de como o homem pode ser mais se perguntando: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Onde estou? Onde posso chegar?
Quando nos educamos devemos estar de acordo que a atualização dos conhecimentos deve ser contínua, todavia aquilo que aprendemos ninguém nos tira, que cada vez que avançamos nos nossos conhecimentos, somos transformados, contudo mesmo com o caráter permanente da educação, o conhecimento superado torna-se ignorância.
Educar é um ato de amor ao próximo, porque “não há educação sem amor” (p.29) e educação amorosa dá esperança para que a mudança exista de fato. A educação amorosa respeita os limites do aluno, e desafia-o a transpor esses limites, alimenta a auto –estima para que o educando tenha um conhecimento mais amplo e uma consciência crítica, e assim não esteja fadado á ingenuidade.
Para Paulo Freire a razão pela qual se faz necessária a educação é a percepção humana do próprio inacabamento, da própria imperfeição, onde mediante desta, busca sempre ser mais perfeita. Tal busca deve ser feita pelo homem em comunhão com os outros, pois a busca solitária só o leva em ter mais, porém sendo menos, já a busca em comunhão resulta em ser mais. Ele condiciona a busca pela educação á ligação ao saber, por ser esta a meta, mas também á ignorância, pois pela percepção desta é iniciada a procura do saber. Ligação, essa a qual se faz necessária o intermédio do amor e da esperança, pois o entendimento é uma condição para a educação e o amor uma condição para o entendimento, já a esperança parte desde o inicio da busca, pois quando há uma procura, há ao mesmo tempo uma espera do encontro daquilo que é procurado.
Freire afirma ser o homem um ser de relações. E ainda, afirma a sua necessidade da estimulação da consciência reflexiva no educando para que este reflita sobre sua própria realidade, conseguindo assim que as relações deste sejam reflexivas, consequentes, transcendentes e temporais. Reflexiva à medida que busca contemplar sua realidade, transcendente por na sua reflexão conseguir projetar um futuro de acordo com os seus desejos, tornando assim sua relação também consequente e temporal por agir, perceber-se e fazer-se em seu tempo um ser social e histórico.
A concepção freiriana apresenta neste capitulo, a respeito da “consciência bancária” da educação, a visão do professor como aquele, cujo mesmo ver-se detentor do conhecimento e o educando como um ser “oco”, um depósito de conhecimento. E nos mostra os estados da consciência como sendo a: intransitiva? Quase compromisso com a realidade; mágica? Supertições; transitiva? Efetivação da mudança de consciência; crítica? Efetivação do compromisso; fanática? Escravidão ás idéias e técnicas importadas; ingênua? Vê o passado como melhor em comparação ao presente.
A consciência é inata, o homem nasce consciente e, na medida em que conhece, tende a se comprometer com a própria realidade. Na consciência ingênua há uma busca de compromisso; na crítica o compromisso existe de fato; e na fanática, uma entrega irracional, portanto a investigação do educador é exatamente criar a consciência crítica, sem deixar que o fanatismo tome conta dos educandos.
Capitulo 3- O papel do trabalhador social no processo de mudança.
Freire inicia este capitulo analisando o olhar, para o ponto de vista critico, que aqui defendemos, o ato de olhar implica noutro: o admirar, olhar por dentro, separar para voltar a olhar o todo admirado, que é ir para o todo, um voltar para suas partes, o que significa separá-las, são operações que só se dividem pela necessidade que o espírito tem de abstrair para alcançar o concreto. Na ingenuidade, que é uma forma desarmada de enfretamento da realidade, apenas olhamos e, porque não admiramos, não podemos adentrar o que é olhando, não vendo o que está sendo olhado.(p.43-44).
Se a estrutura social fosse somente estática ou se não houvesse estabilidade, não seria estrutura social, pois ela é formada pelo dinamismo e permanência. Desta forma, não se pode estudar a mudança sem estudar a estabilidade. O homem é um ser práxis, portanto ao responder aos desafios que partem do mundo, cria seu mundo: o mundo histórico – cultural.
Ninguém, como ser humano, consegue a imparcialidade, sempre tomamos partido por algo, até porque a sociedade nos exige uma posição, portanto o trabalhador social tem de fazer uma escolha: ou adere a mudança ou fica a favor da permanência. Se a opção do trabalhador social é pela antimudança, sua atuação e seus procedimentos se orientarão no sentido de negar as transformações. A opção pela estabilidade é um revide à ameaça ao seu status quo.
Quem opta pela mudança não pode vê-la como ameaça, deve-se reconhecer a obviedade de que somos homens, trabalhamos para pessoas, para que as pessoas possam ser realmente pessoas e não objetos de manipulação. Quem opta pela mudança não intimida-se com a liberdade, não preceitua, não maneja, não evita a comunicação, ao invés disso, a procura e vive, enfrentando os desafios impostos pela sociedade, buscando cada vez mais a transformação social e participando dessa mudança de forma ativa.
A mudança é da estrutura social, portanto uma totalidade, então para mudança, faz-se necessária a mudança das partes separadamente. Começando-se pela escola. A mudança exige do trabalhador social uma reflexão crítica do contexto cultural onde se está inserido.
O problema maior que se coloca àqueles que por questão de viabilidade histórica não tem outro caminho a nào ser a mudança gradual das partes, com a qual pretendem alcançar a mudança da totalidade, consiste em: ao mudar uma das dimensões da estrutura, as respostas a esta mudança não tardam. São respostas de caráter estrutural e de cárater ideológico. De um lado, são as demais dimensões da realidade que, ao se conservarem como estão, criam obstáculos ao processo de transformação de dimensão sobre a qual está incidindo a ação transformadora; de outro lado, são as forças contrárias à mudança que tendem a se fortalecer diante da ameaça concreta de uma das dimensões em transformação.(p.53).
As forças contrárias às mudanças querem manter seu status quo. Seria ingenuidade pensar que as forças contrárias à mudança não percebem que a mudança de uma parte promove a mudança de outra, até que chega a mudança da totalidade, como seria ingenuidade também não contar com uma reação, sempre mais forte, a estas mudanças parciais.(p.54).
Perante a mitificaçãoda realidade dada pela antimudança. O trabalhador social deve desmitificar a realidade mitificada, ele deve atuar e refletir com os individuos para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade. Homem deve atuar, pensar, crescer, transformar e não adaptar-se fatalisticamente a uma realidade desumanizante. (p.54-56-60).
Destruindo assim a manipulação, porque o manejo intelectual é o instrumento da desumanização, enquanto a tarefa de mudar, só se legitima em seu intuito humanista. Dentro desse pensamento forma-se a mudança cultural, que começa com a transformação do entendimento da realidade, individual e concomitantemente, coletiva. Numa consciência ingênua pode-se dizer que a mudança da percepção da realidade só seria possivel com a mudança da estrutura, por causa da sujeição que uma exerce sobre a outra.
O trabalhador social que opta pela mudança deve levar a conscientização aos indivíduos com quem se trabalha, enquanto com eles também se conscientiza. Isso então sugere, afinal, o impulso de transformar para ser mais.

Capitulo 4- Alfabetização de adultos e conscientização
Já no ultimo capitulo, o autor apresenta de maneira detalhada seu método educacional relativo aos adultos. Feire condiciona a implantação de seu método, a uma prévia reflexão sobre o homem e de uma análise sobre as suas condições culturais, condição esta necessária mediante qualquer ação educativa, frisa o mesmo. Seu método, o diálogo é exposto como um método ativo, crítico e criticista. Este deve ter relação horizontal “A”com “B”. Onde ser forte a presença do amor, humanidade, esperança, fé e confiança, partindo de uma relação interacionista entre educador e educando.
Um objeto extraído da cultura do analfabeto, sobre o qual é dialogado deve ser o conteúdo programático. Tal objeto, sobre o qual é o dialogo, deve ser advindo de um levantamento de “palavras geradoras”, ligadas às experiências existencial do analfabeto, da qual a experiência profissional faz parte. Depois de feito este levantamento deve-se selecionar as palavras geradoras de maneira a respeitar os seguintes critérios: riqueza fonética, dificuldade fonética, aspecto pragmático da palavra. Após isso se devem criar situações nas quais são colocadas as palavras geradoras em ordem crescente de dificuldades fonéticas. Feito isso é necessária a elaboração de fichas auxiliares com sugestões simples para os educadores nunca uma prescrição rígida para ser obedecida.
Após o autor detalhar seu método de alfabetização de adultos, o mesmo expõe seus resultados práticos, sendo estes deixar grupos de 25 a 30 homens lendo e escrevendo entre um mês e meio a dois meses.

Conclusão:

Esse livro é importante para a formação de educadores, porém a mudança apresentada é uma utopia diante da realidade capitalista, onde a escola apenas forma mão de obra qualificada para o trabalho manual; mas vemos, na realidade brasileira, a falta de qualidade até mesmo para a formação intelectual, pela dificuldade de leitura dos profissionais, os quais se acomodam na formação adquirida e não busca aperfeiçoamento.
A mudança deveria acontecer sim, todavia deveria começar pelo interesse político na qualificação dos profissionais de ensino, melhorando seus salários, colocando profissionais capacitados nas gestão das escolas, com eleição pela comunidade, enfiim são tantos obstaculos que a educação brasileira enfrenta, devido a mentalidade politica dos brasileiros, que tem a cultura voltada ainda para si, ou seja, da “troca de favores”. Para isso a mentalidade dos políticos não deveria estar centrada na manutenção de seu status.
O fato de ser utópica não necessariamente aponta a impossibilidade da prática educativa em favor da mudança. Entretanto, é um desafio gigantesco para todos nós, educadores, pais, parentes, líderes espirituais, a mudança da maneira neoliberal de encarar a realidade, extremamente mitificada, para gerar apenas a consciência ingênua.
O desafio maior é vencer a imposição da classe dominante através da política, de uma educação mantenedora da realidade desigual para os homens, com apenas formação de operários às classes menos abastadas. A melhoria da qualidade na educação faz-se necessária, no entanto para isso a formação de qualidade para educadores torna-se prioridade.
O amor faz-se prioridade na educação, não numa posição paternalista, mas com o respeito às limitações dos educandos e desafiando-os a superá-los, pois só com amor é possível educar e manter os educandos capazes de obter uma consciência crítica. Para tanto, é necessário que o profissional de educação, além de bem qualificado, seja também capaz de amar a sua profissão e os educandos. Com isso, a educação faz-se instrumento da mudança na sociedade.
Em todas suas obras Paulo Freire, revela as bases de seu pensamento, as quais nascem de uma visãode ser humano e de mundo: a pessoa deve ser vista como: um ser de relação, um ser em busca de sua “completude”, um ser capaz de transcender, o sujeito da sua história.
Educação e Mudanças de Paulo Freire é uma fundamentação consistente de seu método de alfabetização de adultos, cuja a mesma se faz ainda hoje indispensável ao conhecimento de qualquer educador. Mas é também uma apresentação de definições e análises a respeito de compromisso, educação, estrutura social, sociedade entre outras, daí a necessidade da apreciação destas concepções por diversos profissionais, sejam estes sociólogos, teólogos, políticos e pedagogos, a fim de facilitar sua opção nos processos de mudança, levando em conta a principal busca do homem a de ser mais perfeito. No entanto, Paulo Freire deixa uma lacuna no que diz respeito à definição do papel do trabalhador social, pois o termo “parece” não deixa fixa a definição apresentada pelo autor, porém é nas lacunas das definições que cabem as reflexões, por isso o presente resenhista acredita que o autor assim agiu de maneira intencional para a existência da efetivação da ação reflexiva do leitor.

Indicações do Resenhista:

Indico esta leitura a todos os educadores que buscam na educação uma práxis que leve ao ser humano a conscientização do seu papel na transformação social.

Referencias bibliograficas:
GADOTTI. M. História das Idéias Pedagógicas. Editora Ática: São Paulo, 1998.

Cássia Rodrigues Martins

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