A importância de leitura de textos
São objetivos da escola e das famílias em geral proporcionar às crianças o acesso ao conhecimento e a formação de indivíduos críticos, comprometidos consigo mesmos e com a sociedade, capazes de intervir modificando a realidade, auto motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos, o que passa pela formação de leitores competentes. É fato sabido que várias gerações têm demonstrado não apenas o desinteresse pela leitura, mas também a incapacidade de fazê-la coerentemente, compreendendo um texto em profundidade, o que inegavelmente limita o indivíduo em suas possibilidades de acesso ao conhecimento culturalmente construído.Portanto, é tarefa urgente dos pais e da escola, em todos os níveis, buscar maneiras de estimular, mais do que a capacidade de ler, o prazer pela leitura. Apenas propiciando aos sujeitos leitores o prazer da leitura poderemos construir as competências necessárias para sua apreensão e produção. Pensadores como Paulo Freire apontam para o reconhecimento de que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura da palavra escrita implica na ampliação da possibilidade de leitura do mundo. Assim, concluímos que o não desenvolvimento de bons leitores limita as possibilidades de leitura do mundo, da compreensão da realidade social e da intervenção do sujeito buscando a transformação da sociedade.No intuito de desenvolver, desde a mais tenra idade, o hábito e o prazer da leitura, desde a educação infantil devemos oferecer oportunidades de leituras variadas, leitura não apenas de textos escritos, mas a própria leitura e interpretação do mundo em que a criança está inserida e do qual faz parte como ator social.O acesso a diferentes tipos de texto, mesmo bem antes da alfabetização, permitirá desenvolver tais capacidades, além de apresentar à criança elementos constitutivos do texto: vocabulário, estrutura, enredo, coerência interna, elenco de personagens e, além disso, o uso social da escrita, elementos esses que serão fundamentais no processo de alfabetização. Isso porque constatamos que “as crianças constroem conhecimentos sobre a escrita muito antes do que se supunha” (MEC/SEF, 1998, vol.3, p. 123).
Os Contos - Instrumentos privilegiados nesse sentido são as histórias infantis. Além de desenvolver o interesse pela leitura, vêm também ampliar o universo vocabular, permitir o exercício da fantasia e da criatividade. Ao apresentar, de modo maniqueísta, a polarização bem/mal, virtude/vício, recompensa/castigo, possibilitam a discussão de padrões éticos e morais, e a formação de valores. A paixão das crianças pelos Contos vem das próprias características de seu desenvolvimento. “Sonhadora e imaginativa por natureza, a criança aceita sem hesitação o ilogismo das narrativas mágicas presentes nas histórias infantis” (Alberton, 1980). Seu interesse e participação nas atividades de leitura dessas histórias são poderosas ferramentas na formação de bons hábitos leitores.“O pensamento mágico da criança traz recursos inesgotáveis para que se exercite sua imaginação e fantasia, passando o sonho e a realidade, muitas vezes, a se confundirem, o que reforçaria sua espontaneidade criadora” (Nicolau, 1990, p.131). Dar possibilidade à expressão desses pensamentos possibilitará um crescimento pessoal e social, através da interação com seus pares, que vivem fantasias.
As Poesias - As crianças pequenas se encantam com as poesias, que lhes parecem (e na verdade são) brincadeiras com as palavras. O ritmo, a métrica e as rimas são logo percebidos pelas crianças, que passam a brincar de fazer poesia, focam sua atenção à sonoridade das palavras, e montam seus versinhos orgulhosamente. Esse trabalho.
Os textos informativos - O trabalho com textos informativos, encontrados, por exemplo, em jornais, revistas, internet e enciclopédias, permite a formação do hábito de ler para estudar, para buscar informações, competência essencial por toda a vida. As crianças percebem a diferença entre esse tipo de texto e os textos de ficção, pois passam a perceber a realidade imediata expressa nos artigos de jornais e revistas, que comparam com as conversas que ouvem, aquilo que vêem na rua e o que assistem na televisão. Ao trazer esses textos à análise das crianças, vemos surgir acaloradas discussões, onde as crianças põe em jogo aquilo que sabem sobre o tópico tratado, trocam opiniões, debatem e assim a prendem a negociar, a expressar verbalmente suas idéias, a rever seus conceitos. Os textos informativos, quando integrados ao trabalho com textos em geral, amplia as possibilidades de leitura do mundo.
As histórias em quadrinhos - Embora já tenham sido alvo de preconceito por parte dos adultos, os gibis hoje são aceitos para o entretenimento das crianças. Contudo, as HQs carregam grandes possibilidades de trabalho com texto, pois têm uma linguagem própria, aliando recursos de imagem e texto, apresentando histórias com textos curtos e sendo muito atraentes às crianças. Para os pequeninos que começam a perceber as letras e como elas formam palavras, e aventuram-se pelas primeiras leituras, oferece a vantagem adicional de serem escritos com letras maiúsculas, aquelas que eles começam a identificar primeiro. É imprescindível contar também com gibis na biblioteca familiar e na escola.
As parlendas e cantigas tradicionais: Hoje é domingo, PE de cachimbo... Eu sou pobre, pobre, pobre, de marre, marré, marré.... O cravo brigou com a rosa... Desde muito pequenas as crianças adoram as cantigas, quadrinhas e parlendas, e demonstram muita facilidade em memorizá-las, passando a cantá-las ou declamá-las em vários momentos. Além de serem textos ricos por trazerem consigo a cultura do nosso país, suas regiões e momentos históricos em que foram criados e por terem sido transmitidas geração após geração como um tesouro cultural, esses textos são privilegiados para promover a aquisição de vocabulário e, na alfabetização, permitirem a correspondência entre a escrita e a sua leitura, pois por serem familiares às crianças, ajudam-nas a não se preocuparem com o conteúdo (que já é conhecido) e focalizar sua atenção à forma da escrita.
Bibliografia:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil, gostosuras e bobices. São Paulo, Scipione, 1989.
ALBERTON, Carmen Regina e outros. Uma dieta para crianças: livros – Orientação a pais e educadores. Porto Alegre, Redacta/Prodil, 1980.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 39. ed. São Paulo, Cortez, 2000.
NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. Textos Básicos de Educação Pré-escolar. São Paulo, Ática, 1990
Olá, professora Martins!
ResponderExcluirDigitei o título do meu blog no google e achei você. Realmente a leitura precisa ser prazerosa para que conquiste a criança.Produzo textos especialmente para o público adolescente e adulto, mas faço-o de um modo que possa cativar as mentes tão pouco dispostas - fruto da televisão e do computador. Convido-a a visitar meu blog, acho que vai gostar. Saudações!
www.lerpodeserumprazer.blogspot.com